Fotografia é uma forma de arte e em toda expressão artística existem mestres que inovam na maneira de criar e passar a sua mensagem. No Brasil, um dos principais nomes da atualidade é Sebastião Salgado, mineiro que cresceu como o único homem entre nove irmãs – o bastante para mudar sua visão sobre diversas situações do cotidiano.
Foi na pequena cidade de Aimoré, em Minas Gerais, e em meio à sua família, que Sebastião Salgado assumiu ter aprendido a enxergar o mundo, sendo que até hoje essas origens estão com ele independente de onde ele esteja. Desse período, ele empregou a influência barroca em seu trabalho, algo tipicamente interiorano.
Fotografia por paixão
O ídolo de muitos fotógrafos cursou a faculdade de Economia da USP (Universidade de São Paulo), chegando a concluir um mestrado na área durante a época do seu exílio em Paris, devido à perseguição sofrida na época da ditadura militar. Ao completar 29 anos, Salgado se apaixonou pela fotografia durante uma viagem à África. O maior incentivo foi o uso da máquina de sua esposa, Lélia Wanick Salgado, que ele pegou emprestada para registrar as imagens da região.
Engana-se quem imagina que essa ‘paixão pelo primeiro clique’ nada tinha a ver com tudo aquilo que Sebastião havia vivenciado. O trabalho com fotografia apenas permitiu que ele encontrasse novos meios de registrar os acontecimentos mundiais, inclusive os seus aspectos econômicos, seguindo a premissa de que uma imagem vale mais do que mil palavras. Entre os eventos que Salgado já fotografou estão a Revolução dos Cravos, em Portugal, que ele cobriu para a agência Gamma; e o genocídio em Ruanda.
Estilo Salgado
Uma das principais características de seu trabalho é criar retratos dos excluídos – aqueles que estão à margem da sociedade, desde imigrantes assalariados europeus até pessoas que vivem no clima seco e árido da África. As imagens em preto e branco também são marcantes em sua obra.
Seu mais recente desafio foi no mundo do cinema. Mas ao invés de dirigir as imagens, ele foi o ‘objeto de estudo’, trazendo uma nova experiência para quem nunca tinha ficado em frente às câmeras e aos tripés. É possível conferir o resultado no documentário “O Sal da Terra”, dirigido, em 2014, por Wim Wenders e Juliano Ribeiro Salgado.