Se fosse fazer uma analogia, o mercado de trabalho poderia ser comparado com uma roda gigante. Numa época, determinada área está no topo, caso da Engenharia Civil, que hoje é uma das que mais demandam profissionais no Brasil. Em outra, passa por momentos difíceis, como o setor automotivo, que enfrenta adversidades constantemente. Entretanto, alguns nichos sofrem menos com as oscilações da economia e conseguem se manter numa constante. É o caso da Realização Audiovisual, campo que ganhou força nos últimos 10 anos, principalmente com o aumento da oferta e do tamanho da banda de internet, inserindo-o na web.
Hoje, a área passa por um período de estabilidade, com sinais de crescimento novamente. Aliás, o Audiovisual nunca enfrentou tempos difíceis. Agora, o novo combustível para os profissionais é a Lei 12.485, que nem é tão nova assim. Sancionada pela presidente Dilma Rousseff em setembro de 2011, tem duas diretrizes básicas: estimular a concorrência no setor da TV por assinatura e fomentar a produção e a circulação de conteúdo audiovisual nacional nos canais pagos. A primeira medida vigorou imediatamente, com a abertura do mercado às empresas de telefonia. Já a que diz respeito à obrigatoriedade do conteúdo nacional seguiu em discussão e começou a valer somente em setembro de 2012. “A previsão é de um aumento no mercado de trabalho. As produtoras já estão fazendo mais programas para as emissoras”, explica o coordenador da graduação da Unisinos, Milton do Prado Franco Neto.
Onde trabalhar?
A Realização Audiovisual conversa com diferentes campos. O profissional da área tem hoje como principais empregadoras as produtoras de cinema e vídeo e, também, as que trabalham com publicidade. Mas outras opções estão à disposição. Uma delas, cada vez mais forte, é a de trabalhar por conta. Empreender é um dos caminhos mais procurados pelos jovens que saem da graduação em busca de emprego. Normalmente, antes de abrir o próprio negócio, o diplomado passa um período em uma empresa para pegar os macetes da profissão. “Os novos empresários não vão competir com as produtoras maiores, e sim trabalhar em parceria com elas”, destaca Milton. Além disso, inscrever projetos em editais se apresenta como alternativa.
Destino: São Paulo
Independente da escolha (empreender ou trabalhar em uma empresa), sem dúvida o local que oferece as melhores oportunidades ainda é São Paulo. Porém, o Rio Grande do Sul se apresenta como um estado forte no Audiovisual. “Quando o curso surgiu na Unisinos, há 10 anos, pensávamos que o fluxo migratório de alunos formados para São Paulo seria maior do que o número que temos hoje”, diz Milton. O coordenador conta que alguns estudantes optam por fazer uma especialização fora do país e voltar com mais força para o mercado brasileiro.
O certo é que o profissional de Realização Audiovisual, depois de formado, chega ao mercado preparado, afinal sua formação durante a graduação é sólida. “É um grande investimento que vale a pena”, destaca o professor Milton. Depois, as oportunidades aparecem, seja para trabalhar com direção, roteiro, produção, direção de fotografia e de arte, montagem, som, animação, fotografia, história do cinema e da TV, teoria e crítica do audiovisual…